Andei perdendo a sensibilidade nesses últimos tempos. Sem querer, passava e não via mais flores, não sentia perfume, não tocava o vento e nem sentia o gostinho doce de romance no portão... Ainda continuo em uma fase distante dessas coisas boas... Mas hoje, depois de meses sem postar uma gotinha de poesia sequer, voltei tentando ao menos movimentar esse espacinho tão meu, que tanto esquecido andou. No entanto, só consegui derramar uns "desabafos" sobre o papel, [estou tentando me reconstruir ainda que com muita dificuldade], voltar a ser sensível num mundo em que muito se respira insensibilidade não é tão fácil assim, enfim...
Segue um emaranhado de coisas que têm feito parte das minhas manhãs.
"Seis da manhã. O
celular não cansa de vibrar com esse alarme que me faz ter raiva da Corinne
Bailey. Por que não ir à praia? Metade do mês de maio e ainda tenho que usar
óculos escuros às sete da manhã. Isso me dá medo. Chego ao trabalho e... Acho
que vou pegar minhas tintas e pintar um sorriso no meu rosto. [Devo estar com a
cara do Garfield.]
Meu namorado já não me
manda mensagem há meses, meus amigos andam cobrando a minha presença e a minha
mãe, sem culpa, deu pra perguntar se estou zangada. Pior, outro dia ela me perguntou se
estou grávida, por que enjoei de macarrão, biscoito e carne. Coisas da vida.
É que os dias têm
ficado sem graça mesmo. Sinto falta da adrenalina. Resumo da semana: Trabalho,
faculdade, trabalho, trabalho, trabalho, faculdade, faculdade e trabalho.
Ufa... Resumo do fim de semana: Trabalho de faculdade, trabalho de faculdade,
trabalho de faculdade e uns beijinhos pra compensar quando dá tempo. Ultimamente
a maior adrenalina que estou sentindo é quando deixo os trabalhos para a última
hora e corro para conseguir entregar no prazo.
Eu só queria me
desprender dessas coisas... Outro dia até gostei de ter ficado doente [sei que
não devia dizer isso] só para não ter que ir ver a cara da professora dizendo
que estamos apáticos e perguntando se o problema é a sua aula que não está
muito produtiva. Bom, tudo o que eu tenho pedido são aulas nada produtivas pra que
ninguém fique me perguntando nada sobre assunto nenhum.
Quando as manchas no
meu rosto começarem a sumir, vai chegando o final do semestre aí só piora, nem gasto mais
dinheiro com médico pra não ter que ouvir que preciso relaxar. É difícil
relaxar sem ganhar salário de médico. [Fato].
Bom, e por falar em sol
de fim de tarde, passeio no parque de mãos dadas, sorrisos com os amigos,
rodinha de violão com várias do Raul, textos românticos, brigadeiro, mimos, filme
de comédia em baixo do cobertor e... Olha o celular vibrando! Seis da manhã. [Essa
parte era só um sonho.]"
Por: Laiana Vieira, em: 16 de maio de 2012.
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