sexta-feira, 20 de maio de 2011

Bela [des]adormecida

Diante do espelho, Clarisse se admirava. Esquecera defeitos, via apenas suas dádivas refletidas. Cansada de passar o tempo escondida, com lágrimas nos olhos pintados, amarrada a um amor que nem ela sabe se vivera, a menina resolveu despertar do sono perturbador que a envolvia, sem mesmo esperar por um príncipe encantado. Não acreditava em príncipes. Agora só em princesas!
Pintou os lábios de vermelho, calçou seu sapato florido e resolveu oferecer sorrisos a quem nunca soube o que é sorrir de verdade. Decorou com glitter os caminhos por onde passara, coloriu os muros dos prédios solitários, plantou flores pelo asfalto e recriou um mundo que achava que não tinha mais jeito.
Após isso, com a alma leve e o peito transbordando alegria, a mocinha percebeu que para ser feliz tudo dependia do seu modo de pintar o mundo.
Passou a confiar mais em si e divertir-se com coisas simples.
Mal sabia ela que alguém lhe observava...
Um belo dia, um cavalheiro, admirado com o seu sorriso no olhar, percebeu que aquela era a menina que procurara por todo o tempo. Aproximou-se e notou que ela sempre esteve ali tão perto, e se questionou como ela pôde estar tão longe ao mesmo tempo. Sempre esteve ali, mas adormecida, por isso é que ele não podia encantar-se com a magia daquele sorriso preso nos olhinhos fechados. A partir do dia em que ela acordou para a vida, o jovem rapaz ofereceu-lhe a mão para uma dança. E ela, embalada ao rítmo cativante, dançou, sorriu, viveu... Viveu para sempre com amor. E o fez conhecer ao mundo.


[Que todos um dia descubram o amor! Que não escapem deste feliz destino.] 


"À DESCOBERTA

Ensaia um sorriso
e oferece-o a quem não teve nenhum.
Agarra um raio de sol
e desprende-o onde houver noite.
Descobre uma nascente
e nela limpa quem vive na lama.
Toma uma lágrima
e pousa-a em quem nunca chorou.
Ganha coragem
e dá-a a quem não sabe lutar.
Inventa a vida
e conta-a a quem nada compreende.
Enche-te de esperança
e vive á sua luz.
Enriquece-te de bondade
e oferece-a a quem não sabe dar.
Vive com amor
e fá-lo conhecer ao Mundo."
(Mahatma Gandhi)

[Laiana Vieira]

2 comentários:

Anônimo disse...

Mãe do céu, tô passada com a clarividência desse texto. Parece feito de encomenda e de forma antecipada. Até o nome da menina é intertextual...
Adorei viu? E ainda bem que tu me avisou que foi escrito antes do man cultural de boca vermelha, kkk. Que situação!
A bichinha tava de luto, agora tá di luti, kkkkk. Que besteira véi!
Amei teu texto mãe! Lindo igual a tu!
Bju com mt saudade!
Te amo!

Jân Bispo disse...

Suas pelavras são a expressão literal de um telento impressionante, eu amo ler seus textos super inspirados, vc demora mas quando posta, posta joias, concordo com Decca intertextual e mesmo sem saber se sim ou não achei o texto tão a ver com vc, e com ela, talvez ela em um futuro próximo e vc em um passado e nesse presente.
simplesmente lindo. parabéns Lai.
beijos e saudades imensa de vc de decca de nós!