terça-feira, 17 de agosto de 2010

De repente meia noite


O dia da Cinderela uma hora iria findar,
Mas ela esqueceu que o tempo passava e continuou a desfrutar, distraída, do seu melhor sorriso.
Como se o relógio não fizesse voltas ameaçadoras
E o tempo não se transformasse no seu pior inimigo...
Já estava perto da meia noite e ela havia esquecido mesmo
Das horas, dos compromissos, do tédio, dos medos...
Tudo de que se lembrava era do dia em que vivia e dos olhos de seu príncipe encantado que permanecia bem ali, à sua frente.
A Cinderela havia esquecido a sua própria história,
Aquela em que tudo se transformava num piscar de olhos, assim que os sinos soassem, afirmando ser meia noite e um.
Ela, rodeada de sonhos, afagos, um vestido azul e um par de sapatos brilhantes, só tinha olhos para as fantasias que a rodeava naquele momento.
E se recusava a correr dali deixando para trás apenas seu sapatinho de cristal...
Nem pensava em acordar daquele sonho. Ela tinha medo disso, simplesmente por estar vivendo um momento encantado.
Queria ficar e nunca mais perder de vista o seu principezinho de abraços perfeitos.
Mas, era hora,
E o relógio já não tinha mais como arrastar o tempo...
Os sinos, sem piedade, soaram inquietos!

Fim do dia. Lágrimas. Fim do sonho.

Fecharam-se os olhos.
E no dia seguinte, quando a luz do Sol atravessava as cortinas da janela de seu quarto, ela acordou.

Nem quis pensar antes de abrir os olhos...

Abriu-os e pronto!
Olhou em volta e, surpresa, sorriu.
Sorriu por perceber que não foi um sonho de contos de fadas
Melhor, percebeu que foi real e que ela guardaria suas fotos, o seu vestido, os sapatos e, apesar de ter passado, ela guardaria o mais importante
As lembranças,
Que ninguém jamais poderia arrancar de dentro de seu peito.
[Laiana Vieira]
Santo Antonio de Jesus- BA- 19 de agosto de 2010.

Um comentário:

Nanda disse...

Olá, eu gostei muito do teu texto. Eu adoro contos de fada aos avessos. Tenho uma referência sobre a Cinderela no meu blog que parece com o que escreveste...

beijos