segunda-feira, 28 de março de 2011

Vinte e nove


Era só um cara fotofóbico, de cabelo enrolado e fone no ouvido, dizendo identificar a sua própria voz num show do Charlie Brown Jr. em meio à voz da multidão quadriplicada... Até então era só mais um desses carinhas mesmo, que curtiam Rock and roll para serem respeitados pelas turmas de amigos. Mas pensando bem, quem nesse mundo usa cabelo enrolado e diz identificar a sua própria voz num CD ao vivo do Charlie Brown Jr. em meio à voz da multidão quadriplicada?
Seu perfil começou a mudar. E seu numeral cardinal, ou artigo indefinido, evoluiu rapidamente à pronome pessoal oblíquo da terceira pessoa do singular. Era ele, O cara que usava lentes transitions por conta da claridade, O rapaz que tinha um disk man e digitava sem olhar para o teclado, O menino bobo que contava um monte de histórias hilárias, fazendo todo mundo acreditar que tinha um irmão gêmeo e que já fez xixi no seu bolo de aniversário de um ano. Coisas da vida.
Foi com ele que eu aprendi a diferença entre um planeta e uma estrela, aprendi que a saudade é o pior e o melhor sentimento que se pode existir entre dois seres que se amam, e que o amor pode sim ser mais que uma novela de Manoel Carlos. Ele me ensinou um monte de coisas até, e me fez dar boas risadas nas tardes chatas de domingo. Foi aí que passei a desejá-lo sempre por perto aos domingos. E de repente os domingos não eram mais suficientes. E pode ser que uma vida já não seja.
-Nos encontraremos em outra vida também?
- Claro! Estarei usando uma blusa vermelha e botas.
- E eu decoro umas piadas para te contar aos domingos.
- Fechado!
Dizem por aí que para cada piada sem graça existe alguém que ri com piadas sem graça. "E sem explicar eu olhei para baixo e vi no terreiro um trevo de cinco folhas que é muito mais raro”*.  Eu te achei...

FELIZ ANIVERSÁRIO, amor!

*Trecho de EU E A FELICIDADE- SKANK

[Laiana Vieira]

sexta-feira, 18 de março de 2011

Do desejo de estar contigo agora



Essa coisa tímida que mora em teu olhar me faz apaixonar pelos teus olhinhos que se fecham sempre que os meus lábios tocam os teus.

Se te peço pra voltar é por amor aos meus dias, que ficam frios sem você para aquecer, que ficam vazios sem teu cheiro e teus sussurros, que ficam cinza sem as tuas tintas...

O Poeta, um dia, me contou que a vida é breve, e que o amor é mais breve ainda, por isso te peço para voltar, porque tenho pressa de continuar a construir uma história que acredito valer à pena. Ainda acho poucas as linhas escritas dessa poesia bonita que é viver ao teu lado.

Se te peço pra voltar é porque sei que você também já não quer ficar aí parado, deixando que o tempo cubra com ausência, esse sentimento tão limpo e verdadeiro. Eu não te quero mais tão longe de meu tato. Tenho fome dos teus beijos, sinto falta dos teus abraços que me acolhem nos momentos mais diversos, tenho carência dessa coisa tímida que mora em teu olhar.


Amo o presente da tua presença.


Volta logo!


[Laiana Vieira]